O ser humano é um ser extremamente complexo. As doenças, por exemplo, fazem parte da vida de todos nós e somos obrigados a conviver com elas e as conhecer profundamente para saber como trata-las e curá-las.
Ainda mais quando se trata do corpo das mulheres, existem ainda certas condições que nós nem imaginamos que realmente existam. São aquelas doenças que muitos passam a vida inteira sem saber do que se trata, mas ainda existe a possibilidade de se deparar com ela ao longo de sua vida.
É o caso de doenças raras como a síndrome de Dunnigan, desconhecida pela maior parte das pessoas, mas que ainda assim existe e exatamente por isso precisamos falar dela.
O que é a Síndrome de Dunnigan?
A síndrome de Dunnigan, também chamada de lipodistrofia parcial tipo 2, é uma doença genética extremamente rara e que afeta somente as mulheres. Ela é causada por uma mutação no gene Lâmina A (LMNA), que é responsável, entre outras coisas, por codificar proteínas em nosso organismo.
A sua principal característica é a perda de gordura da hipoderme (ou região subcutânea da pele) e o acúmulo de gordura em outras áreas do corpo, como o rosto, por exemplo. Mulheres que possuem a síndrome de Dunnigan geralmente apresentam resistência à insulina, o que pode gerar uma série de outras complicações em seus corpos.
Os sinais de que uma mulher possui a síndrome de Dunnigan costumam aparecer junto com os sinais da puberdade e, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais chances a paciente tem de o tratamento ser eficaz.
Sintomas da Síndrome de Dunnigan
Assim como ocorre com diversas doenças genéticas, existem diversos aspectos externos que fazem com que uma pessoa com síndrome de Dunnigan seja facilmente reconhecível. Além disso, também existem os sintomas que essa condição traz. Eles são:
- Perda de gordura em diversas regiões do corpo, principalmente nas nádegas;
- Acúmulo de gordura em regiões como queixo, grandes lábios, e partes da região abdominal;
- Resistência à insulina;
- Hipertrofia muscular;
- Ciclo menstrual desregulado;
- Hiperandrogenismo
Como é Feito o Diagnóstico?
Um médico pode suspeitar da existência da síndrome de Dunnigan apenas pela observação do corpo da paciente, ainda que certos exames possam ser pedidos para a confirmação do diagnóstico.
Como já falamos aqui anteriormente, a doença começa a se manifestar juntamente com a puberdade de uma mulher e, exatamente por isso, é importante obter o diagnóstico assim que existirem as primeiras suspeitas. Dessa forma, fica mais fácil para o médico indicar tratamentos que podem ajudar a mulher durante a vida.
Tratamentos da Síndrome de Dunnigan
Como qualquer outra doença genética, não existe uma cura para a Síndrome de Dunnigan, ainda que existam formas de combater diretamente os sintomas da doença e de evitar possíveis complicações.
É nessas coisas que o tratamento da síndrome de Dunnigan se foca. A maioria desses tratamentos vai focar em remédios para evitar que novas doenças surjam, como as tiazolidinedionas, por exemplo. Mas existem também os tratamentos que visam diminuir os danos causados pela síndrome de Dunnigan, como é o caso da lipoaspiração.
Lipoaspiração
A lipoaspiração é uma alternativa de tratamento para casos onde há excesso de acumulo de gordura. Não se trata de um tipo de tratamento fácil nem barato e muito menos que vá oferecer uma solução definitiva para o problema, mas que pode amenizar os efeitos do excesso de gordura localizada em certas partes do corpo.
O que fará bem não só fisicamente para a mulher, mas também para a sua saúde mental, já que as dificuldades sociais impostas à essa condição também são um problema.
Complicações da Síndrome de Dunnigan
As alterações que a doença causa no acúmulo de gordura do organismo não causam apenas sintomas externos, mas também tem relação com diversos problemas que o corpo da mulher afetada pode ter. Quando não há um tratamento adequado para a doença, diversas complicações podem surgir, entre elas:
- Diabetes Mellitus
- Pancreatite
- Hipertensão
- Arritmias cardíacas
- Miocardite
Como Conviver com a Síndrome de Dunnigan?
É muito comum que as pessoas vejam o que é diferente com certo ar de desconfiança, o que acaba se potencializando na fase da pré-adolescência ou adolescência. Para a menina que possui a síndrome de Dunnigan, pode ser muito difícil a convivência com os outros, o que pode acabar gerando diversos problemas psicológicos, como o comportamento antissocial e até mesmo a depressão muitas vezes.
Ainda que se trate de uma doença rara, é necessário saber como lidar com esse tipo de situação, pois nunca se sabe quando isso pode acontecer conosco. Por isso há alguns passos que devem ser dados para lidar com esse tipo de situação.
A primeira coisa que se deve fazer é aceitar a realidade como ela é. Infelizmente essa condição existe e você está em um mundo onde as outras pessoas têm características diferentes das suas.
O apoio da família e dos amigos nesse momento é essencial para fazer a pessoa se sentir bem, se sentir parte do mundo e ter motivos para sorrir. São essas pessoas que podem fazer a diferença para que esses problemas sociais não se transformem em transtornos e dificuldades ainda maiores.
É claro que esse é um processo que leva tempo para ser trabalhado, mas é necessário para que a garota que possui a síndrome de Dunnigan possa levar uma vida feliz. Doenças raras são difíceis de lidar, ainda mais quando fatores além da saúde física são colocados em jogo.
Os problemas sociais que doenças que trazem alterações no corpo causam acabam causando também problemas psicológicos e, consequentemente, trazendo doenças que podem ser perigosas, como a depressão.
Aprender a conviver com a síndrome de Dunnigan exige não somente muito esforço por parte da mulher, mas também por parte de seus familiares e das pessoas próximas a ele que precisam estar presentes e fazer com que o mundo dessa pessoa seja o mais agradável possível.
Não é uma tarefa fácil para nenhuma das partes, mas é necessário que todas elas trabalhem juntas para melhorar a vida de quem possui essa condição.
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Foto: PublicDomainPictures
Publicação bastante informativa, realmente não é fácil conviver com essa síndrome, descobri que tenho a sindrome de dunnigan há alguns anos e isso meio que abalou muito meu psicológico, hoje em dia faço terapia pois o preconceito da sociedade é muito impactante pois é algo novo e querendo ou não causa uma certa desconfiança nas pessoas, o apoio da minha família tem sido muito importante.