Com muito prazer recebo Melissa e Bruno que são pais de Martin, um bebê lindo e amamentado exclusivamente no seio da mamãe. Além de autores do excelente hit Mamá Blues que retrata de uma forma divertida a importância do leite materno, eles são totalmente a favor da amamentação exclusiva e Melissa também é doadora para o banco de leite da sua região. Faça como ela, seja também uma doadora de vida! Participe da campanha Doe Frascos de Vida! Acompanhe como a música “Mamá Blues” surgiu e também veja o clipe feito por eles. Mais a baixo uma foto com a letra da música para cantar junto com eles.
Bem vindos Melissa, Bruno e Martin!
Trocando Fraldas: Melissa e Bruno se apresentem por favor
Bruno e Melissa: Somos um casal que acredita que a vida pode e deve ser vivida com prazer, emoção e conexões saudáveis e estimulantes. Somos engenheiros e nos conhecemos no ambiente de trabalho. Um trabalho que nos proporcionou experiências incríveis, como viagens frequentes à África. Desde a chegada de nosso Martin estamos querendo ter tempo para vivenciar a vida com mais qualidade. Assim, além de fazer projetos borbulhantes como o Mama Blues, decidimos largar tudo e nos mudar para o Uruguai, junto com nosso pequeno Martin. Estamos em busca de uma vida diferente, de acordo com nossos valores. Estamos no meio deste processo de mudança de vida e nossa experiência será contada no Blog vidaborbulhante.com.br.
Bruno: Quanto à música, sempre esteve presente na minha vida. Meu pai foi a principal referência, pois sempre trouxe boa música para meu ambiente. Minha casa tinha mais violões do que quadros pendurados nas paredes. Desde pequeno sempre fiz muita paródia e composições próprias, mas não sou profissional da área. Faço por puro prazer.
Melissa: Martin significa guerreiro e o nome dele é de numerologia 3, isto é, um cara cuca fresca. Então, nosso Martin é nosso guerreiro cuca fresca! Foi planejado com muito amor, foi nossa inspiração para duas músicas, o Mama Blues e o Guerreiro Cuca Fresca. É a luz de nossas vidas juntamente com o Leo, irmãozinho mais velho, fruto do primeiro casamento do Bruno.
Trocando Fraldas: Como surgiu a ideia do Mama Blues?
Bruno: Certo dia, eu estava brincando com o violão enquanto a Melissa amamentava, e ela teve a ideia de fazer uma música sobre o tema. Nós já tínhamos, em conjunto, feito uma música para o Martin, antes de ele nascer e essa experiência foi muito gratificante. Com a chegada da Semana Mundial do Aleitamento Materno, a ideia ganhou o impulso que faltava. Graças ao incentivo da Mel, em um final de semana, fiz a letra e música, e gravamos com a câmera de um celular na casa de meus pais.
Melissa: Nossa ideia com a música era transmitir um pouco da energia contagiante e gostosa que a amamentação propicia. É um prazer imenso ver nosso Martin mamando. Cada dia surgem posições diferentes, trejeitos engraçadinhos na hora de mamar. Tem dias que ele devora, outros que já fica mais prestando atenção em tudo a sua volta. Sem contar nos benefícios de saúde que a amamentação propiciou a ele e a mim. O Bruno participava da amamentação fazendo o Martin arrotar, alcançando ele para mim, e ficando ali juntinho, fazendo companhia.
Música feita, veio o desafio da divulgação. Afinal, para ter algum impacto, para realmente conseguirmos auxiliar na divulgação da importância da amamentação, era preciso compartilhar o vídeo o máximo possível. Nós dois somos reservados. Ao mesmo tempo em que queríamos mostrar o resultado de nossa dedicação e apoiar essa causa tão importante, tínhamos certo receio da reação das pessoas. Ao mesmo tempo em que queríamos espalhar o vídeo aos quatro cantos, tínhamos medo da exposição, do ridículo. Respiramos fundo e começamos a compartilhar, inicialmente, com amigos via Facebook, em blogs sobre amamentação, saímos divulgando e pedindo para o pessoal ajudar a espalhar. Enfim, como estamos em um movimento de buscar novas emoções e aventuras na vida, decidimos enfrentar os receios e enviamos o link para todas as pessoas e sites que poderiam nos ajudar com essa causa.
Apenas alguns dias depois, o vídeo tinha já algumas centenas de visualizações (já descontadas as nossas cinquenta e tantas…. As reações foram relativamente tímidas, mas todas muito positivas. Em seguida, surgiu o convite do Ministério da saúde em cantarmos a música no lançamento da campanha 2014 do aleitamento materno. Não podíamos esperar maior realização…contribuir com a campanha foi o máximo!
Trocando Fraldas: Melissa, você sempre quis amamentar? Como era a concepção do aleitamento materno antes da gravidez?
Melissa: Quando fiquei grávida, a cada mês de gravidez, fui lendo e descobrindo várias questões importantes sobre o mundo da gestação e da maternidade. Nos primeiros meses de gravidez, você não pensa muito sobre amamentação. Sua preocupação é de que realmente esteja tudo saudável e bem com o bebê. A amamentação surgiu na minha esfera de curiosidade e preocupação lá pelo sétimo/oitavo mês.
Muito o que se lê sobre esse tema ronda questões negativas e pouco fundamentadas: o leite que não desceu, o leite fraco, o bico do peito inadequado, o bebê que não pegou o peito, fissuras do bico do peito, etc. Portanto, ao meu ver, muitas vezes, circula mais informação sobre as dificuldades da amamentação do que sobre o prazer e os benefícios da mesma.
Foto: Ricardo SelingAssim, no final da gravidez estava com um desejo enorme de amamentar e ao mesmo tempo, com muito receio de ter alguma dificuldade, de não conseguir. Fui a um mastologista para conversar sobre bico de peito, sobre como preparar o mamilo, etc. E ele me tranquilizou, bico do peito não interfere, a pega correta é que permite a amamentação, etc. Saí do consultório tranquilizada e com um sentimento muito positivo de que iria conseguir amamentar.
Ao mesmo tempo, como acredito muito em meditação e que pensamentos positivos atraem coisas positivas, passei a meditar sobre amamentação sempre quando ía dormir. Deitava na cama e imaginava muito leite jorrando de meus seios ao ponto de gerar um mar de leite! E eu e meu bebê nadando nesse mar de leite! kkkkk Cada um com sua loucura, não é?!
Trocando Fraldas: Como foi a adaptação das mamadas iniciais? Teve algum contratempo?
Melissa: Martin nasceu e em seguida foi colocado em meu peito. Não abocanhou de saída, mas, na segunda tentativa já pegou o peito. Dei à luz em um hospital que segue a orientação de que o bebê deve permanecer no quarto com a mãe o tempo todo, não tinha berçário. Assim, ele ficou o tempo todo comigo e tive muito apoio das enfermeiras do hospital. Aprendi a posicioná-lo corretamente, em como fazê-lo soltar quando ele ficava muito tempo chupetando e quais os cuidados que precisava ter com os meus seios e mamilos.
Fui orientada de que a Livre Demanda foi comprovada como fundamental para o bebê e a partir daí passei a amamentar em Livre Demanda até…hum…até hoje! E até quando ele quiser! Inicialmente eu ficava um pouco aflita quando ele chorava para mamar. Portanto, algumas vezes terminei me apressando para dar o peito e terminava desabotoando a blusa pela metade ou só baixando o sutiã…um pouco na correria sabe?! Isso gerou que com um mês e pouco, terminei tendo um princípio de mastite.
Eu tinha muito leite (acho que as meditações funcionaram e ao não liberar bem o peito, a roupa estava dificultando o fluxo do leite. Fui em um banco de Leite de minha cidade e fui literalmente abraçada pela equipe. Cuidaram de mim e do Martin, recebi mais instruções, saí de lá mais confiante e segura.
Usei os serviços de banco de leite várias vezes e, inclusive, atualmente sou doadora.
Trocando Fraldas: O que a amamentação mudou na sua rotina e na sua vida?
Melissa: A livre demanda não é fácil!! Isso precisa ser dito! Meu bebê mamava de 2h em 2h. O peito ficava sensível e você realmente tem que estar sempre à disposição. Mas, eu sempre encarei esses momentos difíceis como fases. Isso me ajudou a colocar as coisas em perspectiva para ter forças para seguir o que eu considerava como o certo a se fazer e não desistir.
Martin foi realmente mudar a dinâmica das mamadas somente a partir dos 6 meses com a introdução alimentar. Até os seis a demanda foi muito grande. O que mudou em minha rotina é mais a questão de ter que ficar nos primeiros meses por conta de atendê-lo 24 horas. Mas, ao mesmo tempo, eu sempre amei dar de mamar e, atualmente que já estou na fase de papinhas, passei a valorizar ainda mais a praticidade da amamentação. Quando ele somente mamava, eu saia despreocupada, sabendo que, se batesse a fome, era só dar o peito! Atualmente, ai meu deus, é uma de carregar papinha, babador, agua, etc….isso que ele ainda mama…
Trocando Fraldas: Como é a interação do Bruno como pai nessa rotina em família?
Melissa: O Bruno me ajudou muito!! Sem ele, acho que tudo teria sido muito mais difícil! Como de dia ele trabalhava, o apoio dele (presencial) era mais à noite e nos finais de semana. Levantava para pegar o Martin e levá-lo até mim, ajudava a fazer arrotar e algumas vezes, simplesmente, levantava para nos fazer companhia.
Agora, o apoio emocional foi 24h, todos os dias da semana! Não tive depressão pós-parto, mas, na fase do puerpério fiquei mais sensível. Algumas vezes chorava à toa e ele me dava um abraço revitalizante. Outras ria à toa…kkkk….e o Bruno sempre ali… me dando forças, palavras de incentivo., dizendo que me admirava como mãe, que confiava em minhas decisões, etc…Pronto, quer algo melhor do que seu companheiro insuflar ânimo desse jeito?! Kkkkk Enfim, sou suspeita para falar, ele é o amor de minha vida!
Bruno: O momento da amamentação é muito entre mãe e filho. Há uma cumplicidade e conexão únicas. Sobra pouco espaço para o pai, mas sempre tentei contribuir ao meu modo, tentando proporcionar o ambiente físico e emocional propício para aquele momento. É curioso como, quando o Martin está mamando, nós paramos e respiramos. Não existe espaço para problemas do passado ou do futuro. Ali, vivemos o momento presente, geralmente desfrutando do silêncio, da calma… é muito bom!!
Trocando Fraldas: Uma dica preciosa de mãe para mamãe que pensa, quer e vai amamentar.
Uma dica que considero fundamental é, busque confiança naquilo que reconforta você. Uma mãe confiante já é meio caminho andado. Portanto, medite, leia, busque informação, converse, vá em um banco de leite. Conecte-se com pessoas que vão incentivar que você amamente e busque vincular-se com as coisas boas da amamentação.
Facebook do Vida Borbulhante : https://www.facebook.com/vidaborbulhante
Veja também: Banco de Leite – Da Coleta a Pasteurização
Fotos: Acervo Pessoal
Oi Patrícia, gostamos muito do post… parecemos até importantes :)
Olha, esquecemos de falar que nossa foto entre as árvores é do fotografo Ricardo Seling, aqui de Brasília.
Abraço