Numa Quinta feira, dia 20 de Dezembro de 2014, era dia de pré-natal. As consultas já eram semanais e nesse dia, estava a completar 39 semanas de gestação. Ansiosa, sem nenhum sintoma que pudesse me levar a crer que já estava chegando a hora do parto… Entrei no consultório junto com meu marido e mãe. Sentamos e o doutor perguntou como eu estava me sentindo, disse que muito bem, porém cansada e muito ansiosa!

Ele pediu para que eu me deitasse e que iria fazer um exame de toque. Apreensiva, deitei e ele falou “ele está alto!” Logo pensei “lá vou eu pra casa de novo!”.  Levantei-me… E sentei, esperando o que o médico ia dizer. (Meu marido com cara de paisagem com raiva do médico porque fez toque em mim kkkkkkkk)

O médico sentou e falou “Pois bem Carol, acabou a ansiedade! Amanhã quero você aqui às 6h para fazermos a cesárea!” Eu juro que eu entrei ali preparada para ouvir isso, mas quando ouvi, minha única reação foi saber que na verdade eu nunca tive preparada kkkkk .Saímos do consultório, fomos ver os papéis, era feriado no dia e meu marido não teria como fazer o curso que precisava para assistir o parto (isso me deixo bem mal, mas estava confiante que na hora ele ia entrar).

Fomos pra casa, terminei de ajeitar os últimos detalhes. Poderia comer e beber água até meia noite e às 22h já estava tudo ok. Por incrível que pareça, dormi tranquila. No dia 21 de novembro, sexta, acordei as 04:30h e  tomei um banho, revisei as bolsas e acordei o marido e às 5h liguei pros meus pais e tios (que foram de companhia) que estávamos prontos. A caminho do hospital, fomos conversando sobre minha nova vida e medos e etc. Assim que cheguei à Unimed de Volta Redonda RJ, dei entrada nos papéis. As 08h30minh foi colocada uma pulseira de identificação no meu pulso e no do meu marido (yeeessssss!!!! Ele pode entrar mesmo sem o curso!)

Subimos de elevador e a enfermeira nos levou até um quarto, onde tinha 2 pacientes também. Entregou-me a roupinha do Centro cirúrgico e pediu para que eu vestisse e tirasse cordão,  brinco e etc. Assim fiz!  Sai do banheiro, separei a roupinha o qual escolhi para que ele vestisse assim que nascesse. Meu marido preparando a câmera, celular e tentando tirar o alargador que não saia nem a pau Juvenal! A enfermeira chegou empurrando uma cadeira de rodas. Pediu para que eu me sentasse, deixasse as minhas coisas naquela sala e que meu marido nos acompanhasse. Consegui tirar uma selfie pra minha mãe rsrs a qual me mandou uma mensagem “Deus os abençoe!” Então fomos na fé!

Chegamos ao corredor do centro cirúrgico. Eu sentia frio, o ar era muito gelado, fora meu medo! Meu marido ficou numa sala pra se preparar pra acompanhar a cesárea. O alargador não saía de jeito nenhum e com ele na orelha não seria possível ele assistir a cirurgia. Me desesperei! Me levaram e ele ficou! Como assim?????? Gritei do corredor “Arranca essa orelha!!!!! “

Kkkkkkkkkkk a loka

Já nervosa, sentei na mesa de cirurgia e logo começaram os procedimentos. Meu médico já estava lá e me recebeu com um lindo sorriso e com uma pergunta que me emocionou. “Preparada pra mudar sua vida pra melhor?” Apenas mexi a cabeça que sim. Logo as enfermeiras já me colocaram no soro e a anestesista chegou. Me explicou que era pra eu ficar paradinha, que não ia doer e que seria bem rapidinho! Sentada, curvei minha coluna e dali não senti nada. Assim que ela terminou de aplicar, me deitou e falou que seria completamente normal eu sentir dormência. Em poucos minutos  senti tudo formigando, então o Dr me tocou (segundo ele neh… eu n senti kkk) e eu falei que não sabia aonde ele me tocava. Ele sorriu.

Logo colocaram um pano na minha frente e senti uma sensação que pareciam que me limpavam, me balançavam era no mínimo estranho porque na verdade eu não sentia nada. Acho que eu estava supondo kkkkk (loucura total! ) Olhei no relógio 9h, daiiiiii eis que veio o pensamento “cadê meu marido? ” Logo perguntei pra enfermeira que estava do meu lado e ela respondeu “Já está entrando! “ e logo veio ele com uma cara extremamente assustada, paralisado, em choque e eu super tranquila, perguntei “O que houve?! ” ele “Você está toda aberta!”

Aberta?????????  Que??????  Como assim??????  Os médicos estão contando piada e conversando que vão jantar fora no sábado, não é possível que a cirurgia já começou!!! Engoli seco naquela hora e meu pensamento era em Deus o tempo todo, orando e pedindo a Ele pra proteger a mim e ao meu filho. Meu marido um fofo, ali do meu lado, feição preocupada, me fazendo carinho e dizendo que já tinha dado tudo certo! A enfermeira do meu lado sorriu, o meu medico falou “Pai….. vem ver! Seu filho vai nascer! ” pronto! Meu marido abriu a boca pra chorar como nunca vi na vida!!!! Lágrimas desciam dos meus olhos….

E em poucos segundos meu filho nasceu, com o choro que ficou gravado no meu coração! Eu falei “Obrigada meu Deus!” Eu ainda não tinha visto, meu marido não parava de falar “amor… ele é lindo!!! ”  E logo vieram com ele enroladinho, todo sujinho e colocaram próximo ao meu rosto. Olhei pra aquele pacotinho de gente e não me contia de amor. “Seja bem vindo filho! Eu te amo! ” e dei um beijinho na boquinha dele.

Pedro Henrique nasceu pesando 3,285 kgs e 49 cm, com apgar 9 e depois de 5 minutos 10. Tiramos fotos, a enfermeira logo pediu licença, pois teria que levá-lo pra uma sala mais quente, para colocar a roupinha. Meu marido perguntou se eu queria que ele ficasse comigo e eu respondi pra ele ir atrás do nosso filho e não deixar ele sozinho por nada no mundo! Assim ele fez. Continuei deitada ali, agora com medo… medo de morrer e de não poder cuidar do meu filho. Enfim o aparelho que marca os batimentos começou a apitar mais rápido. Fui ficando nervosa e em seguida, me deu muita vontade de vomitar. Minha cabeça estava muito baixa e parecia que eu ia me asfixiar se o vômito viesse. A enfermeira aplicou algo no soro e os médicos trocavam olhares.  Mais uma vez orei muito em pensamento e graças a Deus a sensação ruim foi passando.Logo escutei:

Pronto! Acabamos! Aiiiii q alívio!

Logo veio uma maca e as enfermeiras me colocaram lá. Que sensação diferente! Parecia que eu ia cair! Cheguei a pedir pra me segurarem porque eu ia cair (juro que ia ta rsrsrs ). Me jogaram um monte de cobertor encima e me levaram pra observação. Logo veio meu filho, que ficou do meu lado o tempo todo. Eu não conseguia muito bem ver seu rostinho e não tinha forças pra levantar a cabeça, mas vi q ele estava bem e se mexia um pouquinho. A enfermeira veio e falou que meu marido já tinha ido pro quarto e que meu bebê havia mamado nan, porque gritava de fome. Passou um tempo e minha mãe ligou pro Centro cirúrgico perguntando de mim (acho q era 12:40h) e daí vieram buscar a gente pra ir pro quarto. Meu marido já estava lá com um sorrisão estampado. Me passaram pra cama e foi aonde consegui segurar meu bebê e amamenta-lo. Minha mãe logo subiu. Ficou radiante quando viu o neto!

Comecei a sentir muita coceira no rosto e meus olhos pareciam inchados. Meu médico falou que provavelmente foi reação da morfina. Fui medicada e logo passou! Eram 21h quando consegui sentir bem as pernas. Às 1h da manhã a enfermeira veio pra me ajudar a tomar banho. Tirou minha sonda  (que dorzinha chata! ), segurou nos meus braços e consegui levantar. Estava com dor devido aos gases que tive muitos!!!

Tomei meu banho parecendo uma estátua com medo de a cirurgia abrir. Andava um pouco torta, o que me causou uma baita dor nas costas. Deitei novamente e passei a madrugada com o bebê no colo amamentando e marido dormindo horrores no sofá cama. No sábado ocorreu tudo bem! Já estava bem e me adaptando a nova vida! (Impossível não comentar da comida do hospital, parecia hotel kkkk muito bom!)

Domingo tivemos alta!!

Ao todo, foi um parto maravilhoso! Não sentir dor alguma referente à cirurgia, pude cuidar do meu filho e sou muito grata a Deus por tudo ter dado certo! A cesárea foi marcada, pois meu medico foi claro ao dizer que talvez não pudesse estar na cidade se caso eu entrasse em TP, então eu teria que ter com um médico plantonista. Como eu havia passado por um aborto antes, tive muito medo e tinha muita confiança nele como profissional. Meu sonho era ver meu filho vivo e com saúde em meus braços e não o tipo de parto.

Hoje meu menino tem 1 ano e 2 meses e é minha razão de viver!

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Fotos: Acervo Pessoal TF