A síndrome de West é uma ocorrência pouco conhecida e ainda em fase de estudos mais profundos que determinem com precisão suas causas e formas de tratamento. Sua primeira citação ocorreu em 1841 pelo médico Willian James West que por isso ganhou seu nome. Através de uma carta a um jornal muito conhecido da época, Dr. West apresentou ao mundo o problema de espasmos constantes e diários que seu filho sofria. Devido à quantidade de ataques diários, seu filho foi levado ao retardo mental mesmo com todos os controles e tratamentos iniciados na época.

Considerada uma síndrome neurológica começou a ser estudada mais profundamente em 1949 acompanhando bebês que tinham as crises. Durante esse período foi denominada epilepsia em flexão e dividida em dois grupos que apontam as causas. O criptôgenio que é a causa desconhecida onde o bebê nasce totalmente normal até a primeira ocorrência de espasmos e o grupo sintomático onde já é existente um desenvolvimento anormal neuro psicomotor além de outras alterações constatados em exames neurológicos ou através de exames de imagem como a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada.

Ao decorrer dos anos e estudos diversos, em 1991 chegaram a maiores hipóteses e resultados de tratamentos. Em 80% dos casos analisados foram apontados como uma síndrome secundaria e que depende de outros problemas como anoxia neonatal, toxoplasmose, traumatismo de parto e encefalites, esclerose tuberosa de Bourneville e a Síndrome de aicardi para se apresentar. Outro fato de grande relevância que foi apontado é que são maiores os casos em bebês meninos, do que em meninas. Se tratando de 2 meninos para cada 1 menina e as ocorrências se apresentando no primeiro ano de vida, principalmente entre o 4º e o 7º mês de vida.

Sintomas e Tratamento da Síndrome de West

Os principais sintomas da síndrome de West são os espasmos musculares constantes que podem se iniciar subitamente através de movimentos bruscos de pescoço até espasmos que atingem todo o corpo, por isso são divididos em espasmos flexores, extensores ou mistos, que determinam a forma de espasmos que o bebê sofre. O mais comum são os mistos, onde a criança sofre espasmos por todo o corpo, movimentando pescoço, tronco e demais membros.

Normalmente crianças que sofrem com a Síndrome de West apresentam retardo mental e alterações psíquicas chegando a 70% dos casos, mas pode ter as chances reduzidas quando tratadas devidamente e precocemente. Poucas crianças com a síndrome possuem um desenvolvimento cognitivo normal, porém as crises tendem a diminuir ou desaparecer completamente com o avançar da idade, em torno dos 4 ou 5 anos de vida.

Para concluir o diagnóstico da Síndrome de West é necessário não só o exame físico e a constatação dos sintomas, mas analisar toda a história clinica e ocorrências desde o nascimento. O exame solicitado mais valioso para a conclusão do diagnóstico é o eletroencefalograma que irá apresentar todos os registros da atividade cerebral. Demais exames para compreensão da síndrome, como hemograma completo, funções hepáticas, exame de urina e exames de funções renais também são valiosos.

Após fechamento do diagnóstico o foco do tratamento da Síndrome de West é minimizar a quantidade de espasmos diários com o menor número de medicamentos possível. Visando que a criança não sofra com os efeitos colaterais dos medicamentos de tratamento. Normalmente o tratamento segue a base de antiepilépticos e acompanhamento de fisioterapeutas que minimizarão as chances de deformidades no corpo, além de diminuir as sequelas deixadas pelos espasmos.

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Foto: blanca_rovira